Os mamíferos representam algumas das espécies mais diversas e inteligentes do mundo. Nesta categoria você encontra desde grandes herbívoros como os elefantes resgatados, até pequenos mamíferos brasileiros, como tamanduás, gambás e cervídeos. Cada imagem traz comportamentos fascinantes, histórias de sobrevivência e interações que revelam o quanto esses animais dependem da saúde dos habitats ao seu redor.

Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta)

É uma viajante oceânica encontrada em águas tropicais e subtropicais de praticamente todos os oceanos, incluindo o Brasil. Seu nome vem da cabeça grande e das mandíbulas extremamente fortes, capazes de esmagar caranguejos e conchas duras. Juvenis passam anos no mar aberto e, quando adultas, as fêmeas retornam exatamente à praia onde nasceram guiadas pelo campo magnético da Terra, um de seus “superpoderes”, junto da grande apneia, visão adaptada ao mar e carapaça hidrodinâmica que permite longas migrações.

A reprodução acontece à noite: cada ninho pode ter de 80 a 130 ovos, cujo sexo depende da temperatura da areia. Após cerca de 45–70 dias, os filhotes nascem totalmente independentes e correm para o mar guiados pela luz natural do horizonte. A dieta inclui crustáceos, moluscos, ouriços e até águas-vivas, que são triturados pela sua poderosa mandíbula. Elas se comunicam pouco, mas filhotes no ninho podem vibrar juntos para emergirem ao mesmo tempo.

Ecologicamente, são essenciais para controlar populações de invertebrados e equilibrar ecossistemas costeiros; até cascas e ovos não eclodidos alimentam espécies da praia. Porém, enfrentam sérias ameaças: captura acidental na pesca, plástico, perda de habitat, aquecimento global e luz artificial. Projetos de conservação, como o TAMAR e diversos centros de reabilitação, trabalham para proteger ninhos, reduzir impactos e resgatar animais debilitados. Uma curiosidade final: elas podem cruzar o Atlântico mais de uma vez e ainda assim retornar com precisão milimétrica à mesma praia onde nasceram.

Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea)

É a maior tartaruga marinha do planeta e a única sem carapaça rígida, seu corpo é revestido por uma pele espessa e flexível que lembra couro, o que lhe permite mergulhar mais fundo do que qualquer outra tartaruga, ultrapassando 1.000 metros. Vive em todos os oceanos, em águas frias e quentes, graças à capacidade única de manter a temperatura corporal mais alta que o ambiente. Essa adaptação, junto do corpo hidrodinâmico e das nadadeiras gigantes, faz dela uma migradora extraordinária, percorrendo milhares de quilômetros entre áreas de alimentação e reprodução.

Sua dieta é quase exclusivamente composta por águas-vivas, e sua boca possui estruturas que impedem que presas escorregadias escapem. As fêmeas sobem à praia à noite para cavar ninhos grandes e profundos, onde depositam de 60 a 100 ovos; após cerca de dois meses, os filhotes nascem totalmente dependentes da própria sorte. Na areia, a temperatura também define o sexo dos juvenis.

Ecologicamente, a tartaruga-de-couro controla populações de águas-vivas e mantém o equilíbrio de cadeias alimentares oceânicas. Porém, é uma das espécies mais ameaçadas do mundo: plástico flutuante (que confunde com águas-vivas), captura acidental, colisões com embarcações, destruição de praias e mudanças climáticas afetam drasticamente suas populações. Projetos de conservação trabalham monitorando ninhos, reduzindo plásticos e protegendo rotas migratórias. Uma curiosidade marcante: apesar de seu tamanho e força, ela passa grande parte da vida totalmente solitária e silenciosa, viajando o mundo guiada apenas pelo instinto e pelo campo magnético da Terra.

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